A condição da mulher nas sociedades africanas antigas: livro-entrevista [Alberto da Costa e Silva]
As amazonas de Dahomey |
– Se entendi bem, as mulheres podiam
ser, em certas sociedades da África tradicional, muito mais independentes do
que as europeias, até bem avançado o século XX.
–
E talvez fossem também, em muitas sociedades africanas, mais poderosas
politicamente. Podiam não só, como na Europa, exercer posições de autoridade –
rainha, regente, sacerdotisa ou alta funcionária de palácio – mas também ser um
contrapeso forte ao predomínio político masculino. No império de Lunda, por
exemplo, nada se decidia em conselho sem a presença e a aprovação de uma chefa,
a luconquexa, que representava as
mulheres. E no reino de Daomé, cada ministro homem tinha sua equivalente,
dentro do palácio, numa esposa do soberano, que vigiava e lhe controlava as
ações.
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