Medidas de segurança anti-rolêzinho

Sugestão para os donos de shoppings: instalem logo uma porta eletrônica com um sensor de cartão de crédito com um limite mínimo de capital para entrar. Estabelece-se logo o shopping como área de exceção, onde o direito de ir e vir livremente é suspenso e o trânsito é condicionado ao consumo. Seria um pouco de coerência. Deixem logo claro que o shopping não é um espaço público. É basicamente isso que as medidas anti-rolezinho estabelecem. É nisso que se fundamentam. Não estariam sozinhos nisso. Várias ações estatais em muitas cidades têm o mesmo princípio de "disciplinar" o uso do espaço, principalmente limitando o acesso dos "indesejáveis". Já vivemos no declínio do Estado de direito há um bom tempo e as prisões arbitrárias (que nunca deixaram de ocorrer, mas que voltaram a ficar mais à vista) deixam isso claro. Direito de ir e vir, direito de se reunir pacificamente, direito à cidade, todos esses direitos não subsistem sem a garantia de que serão defendidos pelas instâncias cabíveis. Mas a polícia e a "justiça" estão mais preocupadas com a ordem que com a lei. Então... por que tanto pudor em dizer em voz alta o que já se cochicha com tanta insistência? Por que ainda fingir democracia? Digam logo de uma vez que shopping é lugar privado e que vocês só querem dentro deles as pessoas que vão comprar seus produtos e serviços. Parem de fingir que se importam com algo além de seus bolsos.

Comentário de Diego Callanzans, via Facebook, 15 jan. 2014.

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