Alienação, trabalho... Gastrite

E o meu estômago só tem a sofrer
Por querer, por ansioso querer crescer
Que de necessidade pode perecer
Já que o alheio não há de ser

Como virar as costas pra solidão?
Como não dizer nada diante da situação?
Como não sentir dor?
Como tranquilizar, não se opôr?

Alienar-se, aceitar, chegar, sair
Submeter-se, obedecer, abaixar-se, ouvir
Se calar, se deixar levar já que há a necessidade, já que preciso
Não ter como fugir, persistir... até o último segundo...
Chegar, partir...
... Horários a cumprir, supervisão a te seguir
Se fechar, e o mundo lá fora está
Cumprir metas, vencer, não usufruir
Pagamento justo... ou injusto? que porcentagem?

Injustiças nesse mundo, ao chegar no sofá me sento
O alento que a televisão traz, a notícia que não quero ver mais
Quero rir, apresenta-me algo hilário, aproveite de meu cansaço, aceito tudo que falares
Ó TV... tu me "fazes" esquecer...

Ou um bar, uma bebida pra descarregar
Pra tirar a dor, a ferida que meu pensamento deixou
Se é que posso pensar, meu cansaço é uma barreira
Meu conhecimento é breve...

Disposição? eis que preciso ter...
Ao acordar, as esperanças tentar manter
E aquela vontade que dá, de chegar e gritar...tentar abafar... e o meu estômago sente...
Já que tudo se compra, tudo se vende...
Já que o dinheiro me torna alguém, um ser dependente
Já que o sistema controla, corrompe, nos prende...

Gastrite, dor de cabeça, corpo mole, indecência, ausência, atestado... recorrem, voltam, passam
...recorrem, voltam, passam...
Amanda Karla

Obs: Os versos estão dispostos de forma meio maluca...mas é isso...


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