Versos prolixos, escritos pro lixo!

Desprovido, despido da memória esse alguém é aquele sem história
Sem passado, sem troféus, sem glória, um desalmado

Entretando, a memória também aprisiona, corta, dilacera.
Uma fera semimorta, espada volpal em punho
Que espera a anunciação da iminente vitória
Numa aprazível salivação enquanto desfecha o golpe, de misericórdia.

Esquecer é preciso, é preciso perder-se, redescobrir
Rir de velhas piadas, ficar absorto de rugas e feridas
Quão magnitude há no vórtice do alzheimer as avessas?

Por quê estacionar o presente e acelerar em apnéia o futuro?
Quem assegurará em presságio a felicidade?
"Se você quer que eu feche os olhos pra alguém que foi
viver algum dia lá fora, e nesse dia, se o mundo acabar
não vou ligar pra tudo que eu não fiz
".

A liberdade é ar e não pretendo ficar sem respirar
Hoje, os dias passam lentos, as noites são tão infinitas
e as horas tão imensas.
Cada segundo desta ampulheta é uma vida
atonita e insossa na jornada itinerária
de um escravo do tédio.



[30 de Abril de 2010].

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