A Amante da Liberdade

Tudo está calmo e tão resignado
No clarão sombrio do dia de ano novo
Cada centésimo de milésimo traz
Fragmentos invisíveis do supremo futuro
A cada segundo uma novidade se erupe
O mesmo já não é aquele tal qual era
Mas ela, ah...ela ainda está ali

Ela ainda me olha com aquele olhar de comiseração, apatia e amor
A flor que detinha, hoje é jardim, e me basta
Ela ainda dança comigo, e me cansa
E corro o perigo de sermos um só, um sol
Mesmo que lá fora a chuva densa caia mansa

Porque ainda a procuro com minha mente?
Será medo do intangível, da escansão do presente, ou cólera fugidia de sua eterna companhia?
Não! No fundo eu a amo, por mais que todos riem
Mesmo que tolos desconfiem

Ela esteve todo este tempo aqui
Por que dela fugir?
Por que a seus encantos resistir?
Se entregue! Ela libertar-te-á!
A solidão não é só implacável, ela é irresistível
Será sua companheira mais leal por toda sua vida...


[Goiânia, 03 de Janeiro de 2011]

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